Mais e mais o cinema busca inspiração na literatura para seus filmes. Hollywood está cada vez mais imbuída de boas intenções em adaptar para as telas as páginas de livros. Às vezes (raro) consegue superar as obras originais, outras consegue até estimular obras esquecidas e pouco divulgadas, mas em geral muito pouco da boa literatura vira boa arte cinematográfica. A força do cruzamento dessas duas fontes narrativas tem sido tão intensa que existe uma boa parte da nova geração de autores que já escreve pensando no cinema, no filme, na bilheteria. Como o julgamento final é feito pelo leitor, nada há de errado nesse viés, desde que o resultado seja bons livros, e não apenas só bons filmes.
E vem mais pela frente. “O Hobbit”, de J.R.R Tolkien, deve chegar ao cinema em 2012, pelas mãos de Peter Jackson e Guilhermo Del Toro, que trabalham freneticamente no complexo roteiro. Jackson tem experiência em transformar o deslumbramento de Tolkien em blockbuster, e não fez feio nessa migração quando dirigiu “O Senhor dos Anéis”.
Outra difícil missão terá o cineasta Martin Scorsese, que deve no meio deste ano começar as filmagens de “A Invenção de Hugo Cabret”, de Brian Selznick, um best-seller de 2007 que venceu o prêmio Randolph Caldecott Medal (2008), como melhor livro com ilustrações para crianças. Uma obra admirável que se passa na década de 30, e narra a vida de Hugo Cabret, um garoto órfão que através de labirintos, túneis e passagens secretas dos trens de Paris passa o tempo todo cuidando dos gigantescos relógios do lugar. Cabret tem um segredo (que não vou revelar, calma) e que deve ser o grande mote do roteiro. Vamos torcer por Scorsese, que está devendo nos últimos anos.
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Também vem por aí mais uma adaptação de “O Morro dos Ventos Uivantes”. Essa é outra fúria hollywoodiana: refilmar obras cinematográficas que fizeram sucesso. As refilmagens geralmente deixam a desejar, sempre ficam aquém do filme original e da obra literária. A cineasta Andrea Arnold (premiada em Cannes por “Marcas da Vida”) inicia em setembro as filmagens da obra-prima de Emily Brontë. O livro já conheceu as telas em pelo menos duas vezes: em 1939, com Merle Oberon e Laurence Olivier, e em 1992, com Juliette Binoche e Ralph Fiennes, ambos casais desempenhando os papeis de Heathcliff e Catherine, que na história desenvolvem uma vulcânica paixão.
Roman Polanski, que nos últimos meses esteve mais presente nas páginas policiais, prepara o lançamento de “The Ghost Writer”, uma adaptação do livro “O Fantasma”, de Robert Harris. O filme trás os atores Ewan McGregor e Pierce Brosnan, e narra a decadência política de um primeiro ministro britânico, ocasionada por um atentado em Londres. Resolve então escrever uma biografia junto com um ghost-writer. O livro teve sucesso imediato, já o filme depende da cabeça de um dos maiores cineastas do século XX, que passa por um processo perturbador de deportação ocasionado por uma sequência de bobagens cometidas há trinta anos. Duvido que daqui há alguns anos não tenhamos Hollywood filmando a história de um cineasta franco-polonês envolvido num processo de estupro, sendo a história baseada na biografia do próprio.
A indústria do cinema e a da literatura vivem momentos de love story, e aqui aproveito para lembrar Erich Segal, autor do livro “Love Story”, morto aos 72 anos em 17 de janeiro último. O filme, baseado em sua obra, foi uma das maiores histórias de amor entre a literatura e o cinema
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